<i>Arsenal</i> em luta
Os trabalhadores contestam a decisão do Governo de extinguir o Arsenal do Alfeite e criar uma nova empresa para gerir a manutenção e reparação da frota da Marinha.
Esta «modernização» abre portas aos privados
Na passada sexta-feira, centenas de trabalhadores do Arsenal do Alfeite deslocaram-se a Lisboa, numa jornada de protesto e luta contra a «modernização» decidida pelo Governo e que implica a extinção do estabelecimento e a criação de uma nova empresa, sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, para tratar da manutenção e reparação dos navios da Armada portuguesa.
Os trabalhadores concentraram-se em Belém, junto ao Museu dos Coches, e desfilaram depois até ao Ministério da Defesa. Nesta acção, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa (Steffas/CGTP-IN) e pela Comissão de Trabalhadores do Arsenal, integraram-se, em solidariedade, delegações do pessoal da Manutenção Militar, do Laboratório Militar, das OGFE e das OGME.
Golpe baixo
O sindicato, num comunicado em que apelou à luta como sendo esta «a resposta necessária», considerou que a extinção do Arsenal do Alfeite, para dar lugar a outra empresa (com o mesmo nome, acrescido das iniciais SA), «é um golpe de baixa política do Governo, para retirar todos os direitos conquistados por gerações de arsenalistas, acabar com serviços e oficinas» e, desta forma, provocar uma «redução de centenas de postos de trabalho».
Nos documentos que foram dados a conhecer pelo Governo, refere-se que a nova empresa vai ter 70 milhões de euros para modernizar o Arsenal, o que levou o Steffas a questionar o motivo por que não foi feita até agora a verdadeira modernização que o sindicato e os trabalhadores há muito reivindicam. Em declarações aos jornalistas, durante a concentração no Restelo, Celeste Soeiro, dirigente do sindicato, acusou o Governo de estar, com estas medidas, a abrir uma porta para entregar o Arsenal do Alfeite a privados.
Foi igualmente criticado pelo sindicato o administrador do Arsenal, militar de carreira «ao serviço de um Governo que executa uma política que está a pôr em causa, de forma acentuada, a independência e soberania do País e, no que toca ao Arsenal do Alfeite, compromete seriamente o futuro de mais de um milhar de trabalhadores». O comunicado reage firmemente a um aviso interno, pretensamente esclarecedor, mas que «nada esclarece em relação às fundamentais preocupações»: «Não diz como estão garantidos todos os postos de trabalho, nem quantos trabalhadores irão ser cedidos para a nova empresa, não assume como seriam garantidos os direitos», e não esclarece, na eventualidade dessa cedência, «como podem os trabalhadores regressar ao posto de trabalho de origem, ao fim de trinta dias, se o Arsenal do Alfeite não existir».
Os trabalhadores concentraram-se em Belém, junto ao Museu dos Coches, e desfilaram depois até ao Ministério da Defesa. Nesta acção, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa (Steffas/CGTP-IN) e pela Comissão de Trabalhadores do Arsenal, integraram-se, em solidariedade, delegações do pessoal da Manutenção Militar, do Laboratório Militar, das OGFE e das OGME.
Golpe baixo
O sindicato, num comunicado em que apelou à luta como sendo esta «a resposta necessária», considerou que a extinção do Arsenal do Alfeite, para dar lugar a outra empresa (com o mesmo nome, acrescido das iniciais SA), «é um golpe de baixa política do Governo, para retirar todos os direitos conquistados por gerações de arsenalistas, acabar com serviços e oficinas» e, desta forma, provocar uma «redução de centenas de postos de trabalho».
Nos documentos que foram dados a conhecer pelo Governo, refere-se que a nova empresa vai ter 70 milhões de euros para modernizar o Arsenal, o que levou o Steffas a questionar o motivo por que não foi feita até agora a verdadeira modernização que o sindicato e os trabalhadores há muito reivindicam. Em declarações aos jornalistas, durante a concentração no Restelo, Celeste Soeiro, dirigente do sindicato, acusou o Governo de estar, com estas medidas, a abrir uma porta para entregar o Arsenal do Alfeite a privados.
Foi igualmente criticado pelo sindicato o administrador do Arsenal, militar de carreira «ao serviço de um Governo que executa uma política que está a pôr em causa, de forma acentuada, a independência e soberania do País e, no que toca ao Arsenal do Alfeite, compromete seriamente o futuro de mais de um milhar de trabalhadores». O comunicado reage firmemente a um aviso interno, pretensamente esclarecedor, mas que «nada esclarece em relação às fundamentais preocupações»: «Não diz como estão garantidos todos os postos de trabalho, nem quantos trabalhadores irão ser cedidos para a nova empresa, não assume como seriam garantidos os direitos», e não esclarece, na eventualidade dessa cedência, «como podem os trabalhadores regressar ao posto de trabalho de origem, ao fim de trinta dias, se o Arsenal do Alfeite não existir».